segunda-feira, 13 de junho de 2011

António Barreto - a esquerda de outro campeonato

Entrevistado na SIC dia 11 mas só estou a ver agora.

Coisas ouvidas:

AB Caminhada alucinada para o abismo nos últimos 2 ou 3 anos.

AB Parece que a Chanceler alemã disse ao Sócrates que não queria levar ao parlamento alemão um terceiro pedido de resgate e isso levou a que este recusasse a ajuda externa.

O entrevistador sai-se com aquela de que "não será o país todo culpado?"

AB Não gosto da ideia de que "todos somos culpados" pois nem todos têm a mesma formação e informação.

O entrevistador pergunta se estas crises de insustentabilidade cíclicas não estarão nos nossos genes.

AB Os portugueses comportam-se como se não tivessem filhos (citando alguém).

(António Barreto usa uma linguagem em que às vezes parece pedir desculpa para dizer a verdade ( no estado novo as finanças públicas eram um pouco mais equilibradas).

AB A má reputação de Portugal afecta a reputação dos portugueses que trabalham no estrangeiro. Olham para e pensam quem são estes aproveitadores?

(Parece passar a ideia que andámos historicamente pela India, pela Ásia, pela América não fazendo mais que chico-espertismo ( e agora achamos que a europa é mais um desses continentes). Julgo que António Barreto se exprimiu mal).

AB Detesto que as pessoas digam que os políticos são maus porque o povo é mau e é assim mesmo. Os dirigentes têm de ser melhor que quem dirigem.

AB "Não me importo de demonizar quem é demónio".

AB É importante sabermos por que mecanismos chegamos onde chegamos. Não basta a derrota eleitoral.

AB Errei em relação ao Banco de Portugal. Tem feito um bom trabalho, exemplar no último mês, sendo o mais honesto dos interlocutores dos negociadores estrangeiros.

AB O INE vai ser vital no meio disto tudo. Muitas coisas serão decididas por decimais.

AB O que foi feito para coordenar as centenas de medidas que têm de ser tomadas dado o memorando, até entre os três signatários.

Tivemos eleições pelo meio o que pode ter dificultado as coisas, diz o espírito que entrevista.

AB Não. O que é que isso impediu?

AB É um erro não associar o Partido Socialista às equipas que vão implementar o memorando.

AB Nem Assis nem Seguro disseram ainda até que ponto se comprometem especificamente com a implementação do memorando. Devem fazê-lo na campanha.

AB Tanto quanto sei o problema de Sócrates não é judicial. Não quero que se crie uma comissão de apuramento da verdade.

AB A justiça nunca se irá reformar por dentro. Até porque terá de haver uma revisão da constituição.

AB Os juízes acham que a independência de julgamento depende da autogestão judicial e venceram em passar essa ideia.

Diz o espírito que entrevista: se os casos judiciais são todos diferentes como se pode falar em produtividade?

AB Claro que pode.

AB O juiz não manda no tribunal e devia mandar.

AB Cada geração tem o direito de rever a constituição. Eu preferia uma constituição nova ou renovada.

AB Houve duas revisões importantes: a primeira retirou a revolução da constituição e a segunda introduziu civilismo na economia. A revisão podia ser feita durante dois ou três anos e não dois ou três meses.

AB Nós vivemos num sistema partidocrático puro.

AB A nossa constituição foi feita a medo. Medo do Sidónio Pais, medo do Salazar, medo do Dom Carlos, medo do Eanes, medo do Otelo, medo dos militares.

AB Eu vou contar quantos ministros são bons, politicamente competentes e honestos.

AB Espero que não venham agora dizer "ai que a situação é pior e nós não sabíamos".

AB O dever de informar a população é tão importante como a escolha dos ministros.

AB A minha maneira de contribuir não é voltar à política activa.

Uma entrevista diferente das habituais, ou seja, uma entrevista não diz apenas o que todos já sabemos ou o todos esperam que ele diga.

Sem comentários:

Enviar um comentário