Um cargo tão irrelevante como o de presidente da mais desprestigiada instituição da república não conseguiu ser garantido pela primeira opção do partido liderante do governo e aquela que tinha sido sufragada pelos eleitores da forma mais transparente de sempre.
Portas fez questão de dizer que a questão não era muito importante para a coligação governamental e, simultaneamente, dizia que se tratava de um cargo muito importante para a república.
Esta contradição é inultrapassável.
Portas derrota Passos Coelho num assunto que todas as pessoas de mediana inteligência sabem ser tão protocolar como vazio, afirmando no processo que a coligação se cinge aos assuntos governamentais excluíndo as outras áreas de intervenção na condução da política nacional.
Portas fez a Passos Coelho o que Amaro da Costa ou Freitas nunca fariam a Sá Carneiro, o que Mota Pinto não faria a Mário Soares.
Portas fez a Passos Coelho o que já fizera a Marcelo Rebelo de Sousa: enxovalhou-o publicamente.
Daqui para a frente ou Portas anda de manga curta ou Passos Coelho anda de colete à prova de objectos ponteagudos.
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