O PSD decidiu não fazer uma "AD" com o CDS e o MEP, aliados naturais.
Há quem ache que foi um erro. Eu não tenho a mesma opinião por motivos que explicarei noutro post.
Contudo as coisas modificaram-se. A ameaça Sócrates e a natureza do Memorando permite fazer uma aliança com incidência pós eleitoral.
É possível em torno do Memorando, o PSD e o CDS apresentarem-se com uma plataforma de governo comum.
Isto não beneficiaria do método de hondt a não ser parcialmente, pois o CDS poderia desistir em favor do PSD naqueles distritos onde a possibilidade de eleger um deputado do CDS é zero e os votos do CDS poderiam dar mais um deputado ao PSD, retirado da esquerda. O MEP só concorreria em Lisboa e teria um ministro no futuro governo garantido.
Em troca o PSD teria de se comprometer a não apelar ao voto útil.
A distribuição da influencia no governo ver-se-ia após as eleições.
Ambos declarariam desde já que se tivessem em conjunto a maioria dos deputados exigiriam que o futuro Primeiro Ministro viesse não do partido mais votado mas da AD.
É óbvio que há muito a arriscar principalmente do lado do PSD. Mas isso criaria uma dinâmica muito importante nas bases, daria credibilidade a Passos Coelho e encurralaria Sócrates.
Não haveria campanha de outdoors do CDS ou do PSD mas poderiam haver outdoors publicitando o acordo até ao início da campanha eleitoral.
O voto útil dos bloquistas no PS é irreversível e pouco seria incrementado pela nova situação.
Seria um desafio e uma inovação, mas vivemos tempos de alto risco.
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