domingo, 8 de maio de 2011

Terra queimada

Pacheco Pereira ofende-se com a conferência de imprensa dada por altos funcionários de Instituições Internacionais sobre Portugal, o que me parece bem; preferia que fossem políticos europeus de legitimidade apenas vagamente democrática, o que me parece mal; e atribui ao fenómeno da arregimentação extrema a tentativa de exploração das declarações desses estrangeiros.

Pacheco erra o alvo e deixa transparecer uma intenção:

Erra o alvo porque o problema que dá visibilidade e arrogância a esses estrangeiros é menos a subserviência aos estrangeiros e mais a subserviência da elite político-mediática ao Poder, no caso presente de Sócrates. O cão conhece a voz do dono e conhece a voz do dono do dono.

Erra o alvo porque a arregimentação do PSD e do CDS, normal em democracia, vai beber a fontes externas porque não há fontes internas relevantes. Os patriotas sabendo da tolerância - por vezes da venda simples - das forças politico-mediáticas para com a mentira sistemática, a falsidade maligna de Sócrates, sabem ser indispensáveis as internacionais.

Transparece uma intenção. Um malquerer em relação a Passos Coelho. 

Em plena campanha Passos vê-se alvo do falso e seus branqueadores e de vozes que ganham repercussão até por serem do PSD. Pacheco, Capucho, Marques Mendes, etc, diminuem Passos em plena pré-campanha. Serão livres. Livres da direcção de Passos mas também libertos do destino do país.

Exagerando a dimensão é como se perante as invasões Napoleónicas se acusassem os portugueses de falta de patriotismo por deixarem entrar os Ingleses. É claro que se lhes permitiu o que não se devia mas perante um incêndio criminoso será justo repartir em plena crise acusações por bombeiros e incendiários?

Para que não restem dúvidas: Pacheco e os outros em menor grau têm o direito de exprimir desprezo por Passos. E eu tenho o direito de lhes dizer o que digo.

2 comentários:

  1. Parabéns! O Pacheco é um traidor masoquista!
    alice goes

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  2. Não o considero traidor mas sem dúvida a sua intervenção arrisca muito masoquismo.

    Mas sendo humano decide muitas vezes emocionalmente primeiro e arranja razões depois. Emocionalmente está contra Passos porque este é um homem comum e foi apoiadp pela máquina do PSD.

    Ao fazê-lo Pacheco transfunde Sócrates com o único sangue que o vai alimentar: vende a ideia de que não há diferença global entre Sócrates e Passos. Cada um, na voz audível de Pacheco, tem os seus defeitos - o país não pode confiar em nenhum.

    Em resumo, afirma Pereira, Sócrates não é assim tão mau...

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