Políticos de baixa estirpe como Sócrates têm de existir por motivos de natureza estatística. Há gente dessa em todas as actividades. Porque não haveria de se observar o mesmo na política?
Essa é uma não questão.
Pode até um ser dessa extracção chegar alto. Incompetente, demagogo, mentiroso, vingativo, de linguagem ordinária e honestidade duvidosa. E vejam nestas virgulas não qualquer significado disjuntivo pois Sócrates é tudo isso ao mesmo tempo.
Contudo quando isso acontece, quando se aproximam do topo o escrutínio de que são alvo é-lhe fatal.
Não era esse o destino guardado para Sócrates.
A crise mundial foi a nossa sorte. Há que assumi-lo. Não fora a crise e ver-nos-iamos destruídos não com 170 mil milhões de euros de dívida mas com 250. Seria não péssimo, não doloroso mas devastador. Medina Carreira vinha dizendo-o há anos. Estimava o colapso para 2015.
Sócrates por sorte nossa foi varado pela crise.
A crise contra a qual bateu o Falso está a ser um teste de stress para a máquina que o suporta. É uma máquina com actores de diverso tipo. Destes os mais deletérios e difíceis de aceitar na minha opinião pessoal são os branqueadores.
Os branqueadores são gente pessoalmente inatacável, mas que estão dispostos a defender, emprestando a sua credibilidade pessoal e a sua destreza, políticos tão malignos como Sócrates.
Há quem pense que por serem pessoalmente sérios, inteligentes e capazes, devem ser poupados. É a tese de Relvas. Costa, Assis e Seguro (este não exactamente do mesmo campeonato mas também mais independente) seriam gente politicamente com futuro.
Que esta gente tenha futuro é um sinal do nosso mal mais intestino: a excessiva desvalorização da verdade por motivos de conveniência social.
Todos os povos têm uma dose de acídia e o que os distingue é a dose mas principalmente em relação a quê. Em Portugal é em relação à verdade.
Assis e Costa sabem bem estão do lado da falsidade quando defendem Sócrates. Não são socialistas, correlegionários, leais amigos, defensores de uma qualquer razão de estado.
São branqueadores. São imputáveis.
Todos os povos têm uma dose de acídia e o que os distingue é a dose mas principalmente em relação a quê. Em Portugal é em relação à verdade.
Assis e Costa sabem bem estão do lado da falsidade quando defendem Sócrates. Não são socialistas, correlegionários, leais amigos, defensores de uma qualquer razão de estado.
São branqueadores. São imputáveis.
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